11>Serra das Bandeirinhas>31.12.05 maio 20, 2006
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Ficha Técnica
Localidade: Nova União | Jaboticatubas – MG
Data: 31 de Dezembro de 2005
Distância Total: 24km, em 9 horas
Reabastecimento d’água: sim
Sinal de Celular: não
Tipos de via:
-estrada de terra vicinal: 10%
-trilha em campo: 75%
-trilha em mata: 15%
Navegação: difícil
Nível de Dificuldade: difícil
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Rave On
Três bttistas se encontraram no posto de gasolina às margens da BR-381, sentido BH-Vitória, em frente à entrada de Nova União. Eram 18h00 e começava ali a virada do ano. O clima era típico dessa época, calor com pancadas de chuva. Em uma palavra: instável.Caía a noite quando começamos a subida, passando incógnitos por Nova União e Carmo do União. A estrada de terra deixava à mostra os sinais das fortes chuvas dos dias anteriores.
Ainda assim, os dois carros se comportaram bem e ganharam o acesso à porção sul do Espinhaço. Uma hora depois, em algum ponto perdido no limite sul do Parna da Serra do Cipó paramos os carros e montamos acampamento.
Havíamos vencido com lentidão os 17km de subida irregular entre as últimas fazendas antes das terras federais. Base montada, notamos o céu encoberto e entre as barracas definimos a rota do dia seguinte, 31/12. O objetivo: alcançar os imensos campos de altitude, chamados regionalmente de Serra das Bandeirinhas. Daí, seguir até a nascente do ribeirão Bandeirinhas e aproveitar o suave declive do vale onde o córrego está encaixado.
Pela carta topográfica notamos que, se percorridos 8km parque adentro, atingiríamos a confluência onde o Bandeirinhas recebe o ribeirão da Garça, que menos de 1km antes forma o salto mais misterioso e menos fotografado dessas bandas: a Cachoeira da Braúna. Assim, além da navegação tínhamos outra certeza: em alguns pontos empurraríamos as bicicletas.
A manhã de sábado surge nublada. Durante o café e os preparativos identificamos o terreno que se eleva até a crista do Cipó, e abaixo de nós o vale do rio Tanque, já no município de Itabira. O GPS indicava aproximados 15km de distãncia entre a base e a cachoeira em linha reta, e nessa direção partimos. Eram 10h00 e pagaríamos mais tarde o preço desse atraso.
Nos km iniciais usamos uma estrada vicinal, deixando para trás as últimas moradias e a única alma que veríamos por todo o dia 31 de dezembro. Lembrando o ataque feito aqui no carnaval de 2005, ansiávamos pelo o momento em que adentraríamos os campos floridos, onde às vezes se pedala livre, sem um singletrack sequer, apenas tentando cobrir o terreno com o menor esforço possível e por uma via que te leve ao acesso do próximo campo.
Percorrendo os campos logo encontramos o Ribeirão Bandeirinhas, que ainda não estava muito encaixado, mas já dominava todo o vale. Naturalmente aproveitamos o declive suave para ganhar terreno, foi quando o passeio endureceu. Como seguíamos margeando o curso principal daquele vale, encontramos todos os pequenos córregos contribuíntes de frente. E não eram poucos, cada um significava desmontar e carregar a magrela. Mudávamos de margem no Bandeirinhas para que isso trouxesse algum trecho mais pedalável.
Foram horas assim, até que a trilha e o ribeirão se separaram. A rota fica sem condições de pedal, com seixos de quartizito soltos e espalhados. Abandonar as bikes foi a certeza de que seria mais difícil do que pensávamos, a Braúna estava escondida, a pelo menos 5km de nós.
Eram quase 14h00 e ainda insistimos, a pé. A recompensa veio com o “companheiro” Bandeirinhas, que surgiu em um cânion lindo, já imponente, com volume suficiente para abastecer alguns kms adiante o tão visitado Cânion Bandeirinhas, já na parte baixa do parque. A visão desse pequeno cânion trouxe algum ânimo aos agora caminhantes. Seria possível alcançarmos aquele poço gigantesco e ermo da Braúna?
A trilha “calçada” que havia servido como um mirante minutos antes desce até o nível do pequeno rio onde imediatamente paramos para nadar e almoçar. Ansiosos com o GPS, achamos nossa localização e comparamos com o ponto da grande queda-d’água: 3 míseros kms nos separavam dela. Mas na parte alta do Cipó isso significa uma hora de deslocamento, se a navegação for precisa.
Eram quase 15h00 e decidimos abortar o ataque. A Braúna justificou o mistério que gira ao seu redor e permaneceu intocada pelas btts.
Difícil definir a sensação desse momento, em pleno dia 31/12. Fracasso? Resignação? Já de volta ao acampamento-base com todo o trajeto de ataque refeito ao contrário, sem um único erro, perigo ou problema sequer, totalizamos 9 horas de deslocamento. Com um olho na ameaça de chuva e outro na ceia que seria preparada pelo anfitrião Ticorico, abrimos um vinho.
Por volta das 22h30 brindamos ao novo ano e em volta do fogareiro decidimos: sucesso e saúde!
Caraca!
Fizemos planos deste percurso a pé… tentamos chegar a Braúnas por outros rumos, mais claros pro grupo…
Ela é dificil mesmo! Só conheço 1 grupo que chegoiu nela! Mas totalizaram 3 dias de árdua caminhada!
Nos encontramos lá!
Abraços.
Cara! Que maluco esse trajeto! Ainda mais de Bike!
Já conseguimos chegar nessa cachoeira, mas andamos 2 dias saindo do travessão!
Parabéns pela aventura!
Fala moçada!!!
O Balinha disse tudo. Conseguimos chegar, mas foi dureza. Também dá pra chegar em 1 dia, passando pela Lagoa Dourada, mas não dá pra pensar em “bate e volta”. Dica: evitem em épocas de chuva, pois o cânion torna a aventura muito perigosa!
Temos um desafio planejado para esta cachoeira ainda este mês. Em breve, fotos e relato no site http://www.psychokillers.com.br.
Grande abraço.
Parabéns pelo aventura.
Também gosto de passeios em regiões relativamente intocadas como esta da região da serra do Cipó.Em razão da idade e da condição física atualmente procuro fazer estes trajetos cavalgando(sozinho).
Ainda neste mes de julho pretendo fazer o trajeto Nova União-Bandeirinhas e lendo a narrativa de vocês, me ocorreu que ainda tenham o mapeamento do trajeto desta expedição(gps).
Caso ainda o possuam gostaria de saber se seria possível que me enviassem para meu email.
Grato, e felicidades
Carlos